Canonização de Beato Nuno de Santa Maria

O Patrono do Corpo Nacional de Escutas (CNE), Beato Nuno de Santa Maria, o histórico Condestável Nuno Álvares Pereira, foi canonizado no dia 26 de Abril de 2009, em Roma, constituindo um acontecimento relevante para o movimento escutista e para Portugal cristão.
Por isso mesmo, vamos saber mais algumas informações acerca da vida deste nosso tão prestigioso Patrono.

SANTO CONDESTÁVEL
Nuno Álvares Pereira nasceu na Flor da Rosa no Crato em 1360. Veio para a Corte aos 13 anos, e é armado Cavaleiro pela Rainha D. Leonor Teles com o arnês do Mestre de Avis, de quem se torna amigo.

Quando o Rei D. Fernando I de Portugal morre em 1383, sem herdeiros a não ser a princesa Beatriz, casada com o Rei João I de Castela, o rei castelhano declara-se com direito ao trono Português.

Instala-se a Crise de 1383-1385
Apesar de ser filho ilegítimo do Rei D. Pedro I de Portugal, D. João, o Mestre de Avis, afigura-se como uma hipótese preferível à perda da Independência para os castelhanos.
Com o apoio de um Grupo de nobres entre eles Nuno Álvares e incentivado pelo descontentamento geral, o Mestre de Avis mata o conde de Andeiro, amante da rainha viúva e líder do partido castelhano.
O Mestre de Avis é aclamado pelo povo de Lisboa como “Defensor e Regedor do Reino”, sendo D. Nuno um dos primeiros nobres a apoiar as pretensões de D. João, o Mestre de Avis à Coroa.
Toma o castelo de Lisboa e prepara a defesa da cidade, cercada por terra e por mar por D. João de Castela.
Para D. Nuno seria aos 24 anos de idade o Início da História.

1384 – Os Castelhanos invadem Portugal
D. Nuno vai ao encontro do exército castelhano perto de Estremoz. Vendo que os seus homens são em menor número, inova, passa à prática o que lera sobre as falanges de Alexandre Magno.


Dispõe os seus homens em quadrado; à frente a vanguarda de lanceiros; à retaguarda os besteiros; As alas laterais garantem a solidez da formação e estão prontas a envolver o inimigo.


BATALHA DOS ATOLEIROS


Os castelhanos atacam em ondas, como é costume, e vão morrer contra as lanças…
Depois da primeira vitória de D. Nuno Álvares Pereira na Batalha dos Atoleiros em 1384, D. João, Mestre de Avis, nomeia-o Condestável de Portugal e Conde de Ourém.

A 6 de Abril de 1385, D. João é reconhecido pelas Cortes reunidas em Coimbra, como REI DE PORTUGAL.
Esta posição de força portuguesa desencadeia uma resposta à altura em Castela… João I de Castela invade Portugal à frente de um exército de 30 mil castelhanos. Nuno Álvares Pereira mostra o seu génio ao derrotá-los somente com 6 mil homens. È a mística - Batalha Real de Aljubarrota. A Batalha viria a ser decisiva na consolidação da Independência Portuguesa.


 Mosteiro de Santa Maria da Batalha, mandado edificar por D. João, para cumprir o voto a que se obrigara antes do combate e agradecer a Deus a mercê da vitória.

D. Nuno recebeu de D. João os títulos:
3º Conde de Ourém;
7º Conde de Barcelos;
2º Conde de Arraiolos.

Da parte do povo português:
SANTO CONDESTÁVEL
A sua filha Beatriz casou com um filho natural de D. João I, D. Afonso, dando origem à casa de Bragança, que viria a reinar três séculos mais tarde.
Após a morte de sua mulher, D. Leonor de Alvim, entrou na Ordem Carmelita em 1423, no Convento do Carmo em Lisboa, que fundara como cumprimento de um voto.
Toma o nome de Irmão Nuno de Santa Maria.
Aí permaneceu até à sua morte, ocorrida em 1 de Novembro de 1431, com 71 anos.
Diz-se que a certa altura um enviado do Rei de Castela, o terá visitado no convento e ter-lhe-á perguntado qual seria a sua posição se Castela novamente invadisse Portugal. O Irmão Nuno terá levantado o seu hábito, e mostrando, por baixo deste, a sua cota de malha indicando a sua disponibilidade para servir o país sempre que necessário.
No Túmulo de Nuno Álvares Pereira o seu Epigráfico era:


Aqui jaz o famoso Nuno, o Condestável, fundador da Casa de Bragança, excelente general, beato monge, que durante a sua vida na terra, tão ardentemente desejou o Reino dos Céus depois da sua morte, e mereceu a eterna companhia dos santos. As suas honras terrenas foram incontáveis mas votou-lhes as costas. Foi um grande Príncipe, mas fez-se humilde monge. Fundou, construiu e dedicou esta Igreja onde descansa o seu corpo”.

O Tumulo foi destruído no terramoto de 1755 no dia 1 de Novembro (precisamente 324 anos depois da sua morte).
Nuno de Santa Maria foi canonizado pela Igreja Católica a 26 de Abril de 2009 em Roma.
Documento elaborado pelo Chefe de Clã PMartins
Fortes Canhotas,
Caminheira Susana Abrantes

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